quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sobre o velho assunto

E na falta de um amor
Eles se usam pra encobrir um vazio que não suportam sozinhos
Carinhos de uma noite só
Porque pelo menos esta noite
A gente vai se comer e se alimentar
Não vou lembrar do oco fazendo eco
Não vou lembrar das mentiras que me contaram
Essa noite teremos um ensaio sobre o amor
E mentiremos honestamente um ao outro e a nós
Depois comemoraremos nossa felicidade aparente de um amor ensaiado
Porque esta noite não estaremos sós
Pra lembrar do que não faz sentido
Pra sentir o não que faz lembrar

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

o meu amor trocando
de nome
sendo a janela por onde se olha

com um
vago olhar sobre
músculos cardíacos
vagantes
bombeando sangue

cinco litros por
minuto e
fazendo isso só é
só isso que um
músculo cardíaco
faz

sábado, 1 de dezembro de 2012

à moda de príncipe encantado:
fechou o zíper e foi

roupa luminosa
só pra abafar

ainda vem o
final da coisa toda
feliz e pra sempre

depois de dormir em
berço esplêndido

chinelos virados pra cima
e retificados
pra mãe não morrer

sábado, 24 de novembro de 2012

cara de
ressaca hormonal
ouvia:
paixão é dor que dói
só por doer

mas tinha num sonho um avental
florido cobrindo o quadril florido
da amada que pisava
sobre um tapete florido
dentro da casa florida
num futuro bem próximo
todo coberto de flores

e a escolha foi simples como
uma simples flor

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

um rato dorme no
sapato da entrada da casa

contrato nosso:

desde quando o homem criou
sapatos

desde quando o primeiro homem
achou legal tirar seus únicos sapatos

e que os ratos adormeceram: um
olho aberto e o outro fechado

o descanso de abrir
os dois
como suposição quase
certa

terça-feira, 6 de novembro de 2012

fim sem
chave de ouro e
ponto final: a lagarta
continua lagarta

borboleta é coisa de outro mundo

não dá tempo pra mexer
trocentas pernas
nestes centímetros
bem parecidos com
os próximos e
com os outros a seguir.


por escrever sem ver
o coração vivo da letra:

só peço que o lápis ainda não
tenha perdido a ponta.

domingo, 14 de outubro de 2012

por causa da falta que
faz o
descontato íntimo

: a cara que depois
de lavada
encolheu

eu no meu ponto do
mapa ele também
no meu ponto do mapa eu
no ponto do mapa dele
o ponto ocupando todo mapa

sem espaço pros pulmões fazerem
aquilo que os pulmões fazem

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ão, ão, ão.

Quem me dera um poemão
Com rima de montão
Ele serião grandão
Preto como um grão
Sim, de feijão.

Ah, quem dera um poemão
Em português, francês ou alemão
Essa não é a questão
Eu só o queria rebelde, com um tipo de infração
Eu postaria aqui em primeira mão.

Como seria maravilhoso um poemão
mas no seu universo ele seria vão
Tão cheio de depressão
Preso como na camisa um botão
Pobre do seu universozinho...

Verdadeiros amigos.

Híspidas questões emolduram te o semblante por conspurcações sicofantas de um biltre?
O quão apedeuta e poltrão és tu?
O que importa são os verdadeiros amigos, e estes falam na lata.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Sem nada, sem entrelinhas

Da pretensa poesia vem um bafo.
Ela desaba no desabafo
Um ego querendo ajuda
Cego e de poesia muda.
Tudo tão escancarado
Sem nada, sem entrelinhas
Paranóias em caractéres escarrados
Fique com as suas, eu já tenho as minhas
Sem noção, ritmo e rima rica
Deixa a pobre poesia . A gente se vai, ela fica

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

o bichopapão que é um homem azedo

eu sempre ponho tudo pra
fora quando é em voz
alta o acontecido

entorta as vista tu também
falo eu
pro meu lado esquerdo

tem mais coisas entre
um hemisfério e
outro do que minha vã
filosofia
filosófa -

sábado, 6 de outubro de 2012

Durante o filme

Hoje no cinema
as pessoas estavam morrendo
mas o filme era tão bom
que ninguém notou.

você percebe?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

dos sapos mortos nessa
lagoa restou
a espuma e a
lembrança dos sapos
vivos

agora
não se olha diretamente -
olhos de sartre -
não se olha assim pra
margem

a água guarda uma cena
mais agradável lá no
fundo:

galho acenando sem vento
galho que é reflexo do reflexo: assim sem graça

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Fragilidade

Se o teu ego ao ser elogiado infla, mostra a tua fraqueza. Assim como se tua pobreza de espírito se revolta diante das contrariedades que deverias dar de ombros.
Se o fazes para agradar, se ao discordarem contigo turba-se o teu coração, ainda és infante criatura sem saber o que realmente vale nesta vida.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

assim
forçar uma saída de ar
uma saída
onde eu caiba inteiro e caia
num só impulso
assim como
o vento meu ar
em movimento

todouvidos lá de baixo pra
voz lá de cima:
mas olha
tão cedo assim
nem tempo prum beijo
espremido na face

mas fica sendo a
possibilidade sem
garganta e sem boca

menos um passo que
poderia me cansar

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Joice

Acreditei no ditado
O samba está perdido
Te encontrei
Tantos sorrisos tímidos
em que a percussão
fazia o tom
a viola reclamava
enquanto era afinada
a mesa,
ah mesa, cheia de batuques
entre os copos
cheios de cerveja
certezas jogadas foras
boa canção
faziam-se lábios
e a melodia não era mais de
ninar.
Fazia dia
E os passos eram só guiar
As tranças eram pernas
que desenham o azulejo
E me embalava nos seus olhos
Pedia vilmente
mais uma cerveja
Garçonete
das pernas roliças
dum colo pôr do sol.
como dizia o poeta

a placenta faz parte de um engenhoso mecanismo
que visa garantir a saúde do futuro bebê protegendo
o feto contra ataques de grande parte dos vírus até
agora conhecidos e estudados
além disso tem funções nutritiva, excretora e respiratória
tudo isso a torna um órgão magnífico e tão importante
quanto o músculo cardíaco ou a massa encefálica
embora todos eles fiquem perfeitamente adaptados
e naturais dentro dos vasos sanitários de banheiros
ecológicos

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

impressão ou não
não faço nada não
tem um trem na cidade
com trilhos onde se
possa descansar

deitar a cabeça sobre

por enquanto eu seguro firme a
cabeça ao vento: janela aberta

nada na minha frente
por enquanto:

por enquanto este é
o meu não fazer nada

não sei o que doeria mais

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

a casa morando em
nós nossas
roupas nos vestindo

exatamente com o
tom que isso
tem

parece que já foi visto algo
parecido antes

usando esses termos: só pra não chamar
de moda

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quartinho

Calo a boca
Boca fala

A lingua roça
O céu seca
O verbo só quer
Viver

Tanto amor rimando com dor
Tanto sexo chamado saudade

Não há nada contra a natureza
Se o real instinto
Desejo unham a carne
Vaze

Abro o carteado

Há veracidade
nas voltas do mundo
Mas prefiro suas mais belas mentiras

Cheia de rima
Lógico jogral
Sem deixar o ser
Ser.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Encontro Artístico Cultural


No dia 8 de setembro aconteceu o 1° Encontro Artístico Cultural do Grupo Poetas da Luna no Kioske Alemão Nei. O encontro contou com exposições de pinturas, desenhos e fotografias, dança, apresentações musicais e teatro, todas essas, feitas por artistas locais.














Durante o evento foram confeccionados pinturas e poemas partindo da temática das apresentações artísticas. O encontro contou ainda com a participação de desenhista Filipi Barbosa, presença do cartunista Carlos Sakko, Ângela  Santana e de Paulo H. Lange.


O grupo Poetas da Luna trata-se de um movimento iniciado na rede social, Facebook, reunindo pessoas de Torres que praticam e apreciam todas as modalidades artísticas. Uma forma de restaurar e fundamentar iniciações artísticas e culturais locais.

Se você pratica qualquer tipo de modalidade artística será bem vindo participando, expondo, cantando e compartilhar conosco, faça parte você também deste movimento, acesse o blog: http://poetasdaluna.blogspot.com.br/ ou pelo e-mail: lgmoulin@gmail.com

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

então olhei pro céu e
gritei pode mandar mais chuva isso
é pouco pra mim
amanha vou correr molhado
o tempo não importa quando se
corre como eu posso correr

aí o céu olhou pra mim ou
posso dizer que algo semelhante a
isso e aconteceu é

aconteceu mas tanto faz correr ou gritar
pra quê criar pânico quando
a parte verdadeiramente triste ainda
nem começou?

é só esperar e olhar que acontece
é só esperar e olhar pro céu

domingo, 9 de setembro de 2012

se a gente perder essas
nossas
pernas de estrada essa nossa
luz no fim de cada
fôlego

o que?

: os meus relatórios como
uma ficção emocionada
feita pra não emocionar
muito

só que o fogo ainda funciona perfeito
como quando foi inventado

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

mudar de vida a
cada noite e
mudar de novo a
cada dia

o piloto automático é
dócil que nem uma
torradeira ele só
olha e vai eu até aceno
de vez em quando daqui
do canto do olho
dum tremor dum suor assim
meio nervoso

mas nada se compara a isso:
só olha
e vai

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

pode colocar o
que quiser na
parede uma gaiola
precisa de vida e
de decoração pesada
e de uma porta grande
pra alguma mão me puxar
de dentro dela

o ideal é encontrar as
chaves e só voltar
com uma samambaia viva
e forte pra pendurar nas
grades da janela

depois disso dá até
pra sentir a liberdade e
a diferença entre o
cheiro do chão e o
da sola do sapato

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

dentro do prato de sobremesa o pedido de sempre:
salada de batata gelada de domingo meidia
então sentar de frente pra tevê e de costas pra porta
jason statham incendeia, quebra e mata, tudo isso
entre uma câmera aérea e os gritinhos do maquiador
um lindo morcego entra pela chaminé e se instala
nalgum canto atrás da porta
é barulho de morcego, sem dúvida
ele não faz mal ele engordou comendo frutas e
mosquitos que engordaram comendo sangue
muito provavelmente sangue humano
depósito na minha conta corrente todo mês
megadepósito na conta de jason statham a cada murro distribuído

o morcego engorda comendo frutas e sangue humano quieto
lá no canto dele: olhos de eremita: um exemplo a seguir

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

palavra por
frase ponto e
um gesto que
não quis dizer
muita coisa não:
vai pro fogo

pra bom entendedor
um contexto é
completo como só um
contexto consegue
há um significado
amplo
justamente fora da
linha: mas então:
não tinha que ser
mas foi ou
viceversa ou os
dois

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Carta antiga

Eu quero receber uma carta com o cheiro de amor antigo
Com aquela fragância que o tempo perdeu
O papel mais espesso e até não tão branco
Quero aquela carta carta que me faça lembrar de muita coisa de você e eu.

Quero lá do fundo da gaveta trazer as lembranças
As lembranças que o criado mudo guardou calado
Quero sorrir com saudosismo do amor que me escreveu
Vou toca-la leve pra sentir o relevo da tinta que marcou o outro lado

Ah, eu quero te dizer que custou tanto chegar, mas a carta chegou sem fantasia
A recebi com o carinho de quem reencontra um amor antigo
E que lhe degusta até por magnetismo quem aquela letra escrevia

E receber a carta que eu a lerei depois e revê-la em pensamento ao contar para um amigo
Vou dobrar com carinho a carta que jamais foi esquecida
Uma carta de amor antiga e que sempre estaria comigo

Maturidade

Sempre ouvi dizer
pra crescer e ser alguém na vida,
mas quem eu sempre quis ser
sou eu mesmo.

Tem um amigo meu
que é alguém na vida.
ele é um médico,
não ele mesmo.

Muita gente diz
que eu devo crescer,
mas quem eu quero ser
quando crescer?

Ramiro Mateus Modica

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

o que faz de um
cemitério um açougue
é a temperatura do corpo
enquanto existe algum e
enquanto existe paciência para
esperar a comida crescer

até aí tudo bem

e tudo bem também
aquela flor de plástico
em cima da carne

ainda dá pra
ver qual era a
cor dela.
triste e sossegada
nuns cinco minutos
pralguma coisa

de longe aquela janela
parece quase
aberta quase
habitável

de longe o planeta terra
parece quase
aberto quase
habitável

e eu acho que não aguento mais que
um dedo amarelo luminoso
apontando pra minha cara lá
de cima

mas é eu achando só
só isso

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

não dá mais pra matar a fera e
dormir em cima

é meu o gosto de ferrugem
na boca

apesar disso toda cena é
linda de verdade

até entendo

terça-feira, 7 de agosto de 2012

o que existe além do símbolo
é só mortalidade projetada
a questão não está em
iluminar o céu com as
nossas lanternas
mesmo que uma de cada vez
e sim em manter o foco
em cada luz morta
e esperar que
elas percorram
o caminho de volta

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

a baleza do pôr do sol
onde ele nasce e do
nascer do sol onde ele se põe
é sem precedentes e
também
a floresta boreal do alaska
que é bem bela lá longe
no alaska

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Se a máquina de lavar
pode fazer barulho a noite inteira
existe o direito de fazermos também
porque homem e máquina são quase
a mesma coisa
são apenas materiais diferentes
em corpos diferentes
apenas
a mesma coisa
em órgãos diferentes

Se a ordem dos botões deixa a
camisa desconfortável e atravessada
ela pode estar ao contrário
ou numa ordem contrária
ou pode ser um erro
botões são complicados mesmo
ou pode ser porque
é ridícula a ideia de vestir roupas
em uma máquina.

terça-feira, 31 de julho de 2012

piscou
eu ganho

se um silêncio
significativo não
é bem um silêncio
eu preciso de mais
voz (e tato)
que significado

não sei brincar de
cara séria
no espelho

o espelho tem um
tique nervoso

começa na pele e vai até a sombra

sexta-feira, 20 de julho de 2012

eu coloquei algodão molhado no fundo de
um copo plástico
coloquei um grão de feijão em cima do algodão ele
cresceu e apodreceu

é o tal do milagre da vida

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Talvez um dia haja uma placa
pregada no meu túmulo dizendo que
em toda a minha vida, minha única e
verdadeira paixão foi o meu cigarro aceso.

Assim eu acharia graça em tudo,
e ouviria o som de todas as coisas
mais alto, e mais e mais alto,
então minha cabeça racharia
e dentro dela descobririam uma pilha
de corpos de encanadores italianos.

Aí as coisas ficariam complicadas,
tão complicadas que uma gota caindo
a uma distância considerável se tornaria
um perseguidor astuto, a descarga do vizinho
ecoaria como um último aviso e,
os espelhos da recepção me mostrariam
como foram os meus rostos em outras vidas.

No fim eu perceberia que não há centro de nada,
que o vento é só força perdida,
que eu estou perdido,
e que a minha força foi desperdiçada
pregando uma maldita placa.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

mão e luva


Vácuo no peito é que você está sentindo agora
vendo em meio a tantos a 'lembra?'
inútil dizer ou falar o sentir
Justificar o vácuo no peito
algo incluso em sua poesia
vácuo no peito é se sentir amada por alguém que mente
de fato sente mas não é poeta
não sente
o vácuo no peito dói
e a anestesia de um amor inventado pelo
descobrimento da américa é uma farsa
logo verás que o teu velho par
foge a luta
Sempre fugiu.
Podres, com vácuos e lacunas profundas
cicatrizes áridas que uma pobre fiesta
não cumpre o papel
Há uma compaixão
Pena, de fato um vácuo no peito
não é fantasiia
é vazio, que tanto adias sentir
Entre arrastões e ou fingimentos de orgasmo
Pobre, enfadado a sentir o mesmo controle
do que não sentes
não amas, prevê o fim
Podre e pobre a pena de quem faz fingimento
A interpretação e interpelação é melhor.
O vácuo no peito tenta entender todos os filmes
e reescrever todos poemas e o pobre cruel amante
pensa ser.
Pobre pobre pobre
como tu, que em fetiche
reinvennta tal qual e fustra
Vácuo no peito é que fantasia
o amor que verás sente
Numa canalização atribulada
que levará ao verdadeiro luto
negro e sofrido.
Sinto de fato coração bater
alma abrir para um pobre e vazio
mas sempre floresce paz ente nós.
Fora isso é insegurança num mundo que desejas
e que é só seu.
Um pena.... Galinha ou pavão,
é o peso que tens
além do vácuo no peito.
Água ou simplesmente fluido
não minta a si, sinta
que foi falho
falho e pouco lúcido
mas também se vanglorie
a sempre uma água para um fustrado cantil
Os arcos mais implícitos
Em que quis demonstrar e que preservamos até então
foram postos em constução
de fato são lindos
sua assinatura é bárbara
poderia ser melhor se de fato fosse em primeira pessoa
e não escondida em segundos nomes ou vontades.
Ah, combinações
Prestações senxuais em mastros
em que tentas justificar
Ouvirão dizer dizer que sim
Mas o silêncio sopressai
em tuas ventas que pensas ser ganhas
pelo fogo eterno ainda hão de queimá-lo
assim como eu,
como quem não quer nada perguntará
a razão de um fim de semana qualquer.
O filme, a poesia, o drink e a filosofia barata
serão baratas e quem
você tem nojo.
Covardia.
Expurgo então
qualquer forma de libertação segregadas
e partimos daí
uma subjeção má entendida pór ti
talvez o tirocínio da convicção da medicriodade
irá tirar seu sono.
Em seu lugar estará o que deveras e senta
E não chegaremos então.

terça-feira, 17 de julho de 2012

enfrentando o inimigo

uma boa ideia é pensar
nos livros ali na
estante eles guardam histórias que
ainda respiram em gente
como eu e tu

(um pouco de pretensão é uma
necessidade constrangedora tipo
respiração boca a boca)
aquele jeans
e o velho sorriso
vestem meu dia.
Acordei no vinho
sanguinolento
despindo covarde
personagem que levo a sério
É só mais um cigarro
Um copo de ilusão
e uma boa conversa.

domingo, 15 de julho de 2012

antes que eu soubesse,
todo mundo já tava cutucando a minha,
costela,
não me deram tempo pra sentir,
e já tava todo mundo lá,
perguntando pra onde eu ia,
o que faria,
diria,

eu, sei lá,
tava sentado na beira da praia,
pensando no que seria o meu almoço

Pele

Vai formando valetas
sulcos
Poeira do sorriso
O epitélio estratefica
indo em calçadas
tantas águas que rolam
A pele engrossa
Os vintes parecem ser oitenta
Minha nossa,
Caretice de um baseado
Ah, minha juventude
Meu drama mal resolvido
Tantos prefácios
e poucos livros
Rio dum perfume
é só pele.

sábado, 14 de julho de 2012

pra mim o maior de todos é
whitman o que
não sai no soco por que esse
tipo de coisa machuca
menos do que poderia machucar

viu?
é assim que se respira livremente mesmo com
uma faca encostada no pescoço: tem
sempre um ponto fixo mais notável
que a lâmina
um ponto fixo mais próximo e
mais perigoso que a lâmina é também
mais afiado mas

por enquanto não
vai aparecer ele
ta muito ocupado brincando com
a comida

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ecos...

Por vezes é dificil persistir.

Até que eu me lembre de quem sou.

Leis de Newton. Leis de Murphy. Eu preciso contorna-las, fazê-las trabalhar por mim.
                                      Eu preciso encontrar brechas...


Eu preciso criar as minhas leis...


1º Lei de Newton: Um objeto em repouso tende a permanecer em repouso
Eu interpreto com algo como nada acontece sem que eu dê um empurrão. Tudo começa com um pensamento positivo, construtivo.
Depois coloco este pensamento no papel. E então, ele passa da minha cabeça para a realidade.

2º Lei de Newton: Força igual a massa vezes a aceleração. Simples. A condução do plano será de acordo com a minha determinação.

3 Lei de Newton: Para cada ação, existe uma reação igual e contrária.

Para tudo o que eu fizer haverá forças contrárias. O que fazer? AÇÃO!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Quando crescer

Vinte e sete?
Quando eu tiver vinte e sete,
vou estar rico, ou...
morto.
a consciência é um
luxo incômodo
por enquanto algo
parecido com
uma rasteira na
hora errada
não posso provar que tudo gira ao
meu redor mas
eu não preciso ta tudo aqui e
eu feito um eixo enferrujado e

o vinho a poesia e a virtude feito
a última refeição no corredor
da morte

domingo, 8 de julho de 2012

Passáros Livres



 Clique no link e conheça esta canção composta por João Claudio P. Miranda e eu.


http://www.youtube.com/watch?v=by_jQ6439zU

Cordas de Cetim

No celular sempre um álbum rodando
No intervalo do almoço, encenando solos de guitarra escondido.
Via-se no fim do dia saindo do banco,
Questionando-se sobre sonhos, pra onde teriam ido?

Passa pela frente da loja de música:
"uma tortura, música é minha natureza,
olho meu caminho com muita dúvida
mas fiz a coisa certa, tenho certeza.

Não! Hoje vou largar o emprego,
vou fazer o que eu quero,
Sair do banco direto pra casa de show,
tocar mais ou menos, ganhar mais ou menos,
perder a mulher e os filhos,
e a vida acaba aí, não tem nada de bonito nisso...

Melhor não.
Melhor acordar cedo e garantir o leite das crianças.
Num sacrifício silencioso,
sou crucificado lentamente."

Pensava enquanto engolia um ar seco e dava mais um nó na corda em seu pescoço.



sexta-feira, 6 de julho de 2012

na minha cabeça
um lindo jardim e
uma casa aos pedaços

o jardim eu continuo
cultivando e a casa
eu continuo destruindo
milhões de vozes nunca foram tão vazias,
milhões de rostos pintados e mãos atadas,
estão percorrendo as ruas,
cantando ou gritando,
apanhando e indo dar entrevista,
pra assistir tv no dia seguinte,
e poder dizer:
- eu estive lá,
eu estava lá sentado,
enquanto mamãe lavava minhas cuecas,

que orgulho!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Tenho plena convicção!

"Essa é apenas uma hipótese, pois não existe nada concreto que possa sanar todas as dúvidas que são geradas no meio científico, todas as teorias atuais possuem falhas que comprometem a veracidade das mesmas."  - Diz ele...

que eu não encontre um remédio
nem um punho macio nem uma claridade que seja confortável

este impacto não torna os ossos mais
fortes e definidos ele
quebra tudo de uma vez por todas e então o
último movimento tem que visar a
melhor posição aquela que encare de perto
um muro mal pintado e mais que isso só a semente de
uma futura árvore com
inacreditáveis três mil anos pra mais

depois de tudo feito o único cuidado é o de não piscar
e já é doloroso o bastante

terça-feira, 3 de julho de 2012

toda instituição fede
por que
é uma pirâmide de cabeças pensantes e fedidas
por que
várias cabeças fedem mais do que uma

onde houver duas ou três
cabeças reunidas
em nome de.

lá estará o cemitério
da podridão onde

o vento não voa e nada
claudica
já que nada anda

domingo, 1 de julho de 2012

esqueço tudo e me aquieto,
penso em tudo que eu fiz,
e poderia ter feito mas me,
aquieto,
fico horas e horas imaginando,
como seria o que seria teria veria,
mas me aquieto,
eu sento aqui e digo a mim mesmo,
que não vou fugir,
que vou estar sempre aqui por mim,
cultivando o inferno da sanidade,
contemplando a tediosa paz de espírito,
roendo meus restos de alma,
e me aquieto,
vou dormir,
deitar a cabeça no travesseiro,
e dormir,
sem sonhar,
só dormir

quinta-feira, 28 de junho de 2012

uma cisão é
que foi
feita um curativo
usado e envelhecido posto
como disfarce eu
sou bom nisso até a
data que não vem
determinada no rótulo como
eu acho que deveria

a página do blog manchada
como um caderno que é
manchado
como
isto:

a arte

estou do lado de fora hoje,
observando como as crianças,
estão grandes,
e lindas,
e como as sementes que nós,
plantamos estão crescendo,
e como parece que o sol,
brilha mais forte enquanto,
você sorri,
eu costumava saber tudo,
sobre você mas,
vivo me redescobrindo,
dia-a-dia e já,
não tenho mais o direito de te conhecer,
eu troquei o direito de te ter,
pelo direito de ter a mim,
num quarto escuro de hotel,
escrevendo num papel sujo de vinho,
com a cara amassada e a alma em pedaços,

mas hoje eu estou aqui,
te observando,
do lado de fora,
como eu sempre quis,
observando,
do lado de fora

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Fábulas


Sempre foge acolá
As palavras dançam no papel
Tantas transpirações
Poemas acrobáticos
Insinuações ou apenas
apelo sexual
Não sei
As palavras fazem
(seu papel)
Criam os sulcos
No encéfalo só para
Caber no cálice de ossos
Atlás e Axis sabem
O quão pesado são as palavras.
A caneta morde o papel
Desrepeita o pobre amontoado de celulose
As curvas em alta velocidade
Tatuam esferas esferográficas
Esses dias teve acidente
O caso em si
A caneta colidiu no papel
Sem meias palavras
Sangrando-o
Não teve nenhuma vítima fatal
Além do poeta
Boquiaberto
Com a metáfora
que dentro fugiu
Mil folhas
Perdido entre prateleiras de um
Sebo qualquer.

terça-feira, 26 de junho de 2012

o chão sendo meu amigo
é mudo e
não me olha no rosto não
enquanto meu rosto é
visto sobre meu pescoço

tremo até onde der e nunca
dá pra tremer o bastante

a calma é um ídolo
eu pretendia
quebrar imagens e

matar uma
pomba por dia

a pessoa antes fechou o rosto
fez com que a boca abrisse
mas não toda
e de toda ela muito pouco

vôo pouca palavra prestante
uma poucas que dançavam
cú, rosas, Arnaldo...
e todo mundo deu os olhos

nunca viram pessoa tal com aquela
de pele destoante de todo o restante
lágrimas beirando queixo, trejeito de estrangeiro
e o cheiro de sinceridade entranhado em cada ruga da pele

a pessoa então abriu os olhos
fez com que a boca abrisse mais
agora completamente
e de toda a cavidade ressoante fez um mundo

na frente do público não pagante
tempestearam as frases cacofonicas  
de uma hora pra outra tinham o que ler
o que escrever, comer, defecar e berrar

diziam: chegou o pensante
e logo morreram a mingua do conhecimento
a nau em um mar de letras soltas
citações pajeadas e o caralho a quatro

praça

eu não precisei ir até o fundo,
do poço e voltar pra saber que lá,
não é um lugar legal,
mas eu fui até a praça,
e lá eu vi muitos fundos de poço,
andei por lá como se só eu,
pudesse respirar,
eu só conseguia caminhar,
pelo meio fio,
foi estranho estar bem em,
meio a multidão geralmente,
é o contrário,

- eles estão no fundo do poço,
pensei,
fiquei feliz de não estar junto,
de todos eles estarem juntos,
de não fazer parte daquilo tudo,
senti-me imune pela primeira vez na vida,
que dia,
que dia!

Diante da calçada desigual e o asfalto novo e movimentado
Eu fico com a primeira
Caminho devagar e leve enganando todos os olhares ansiosos
Soando desdém 
E chego a conclusão de que
Aqui as pessoas caminham buscando afeto, lá simplesmente passam
Eu passo por qualquer lugar 
E sinto cada placa como se atravessasse meu corpo 
Como se tivesse uma força sobrenatural
Parasse diante da minha alma e soasse algo parecido com uma ordem
A mesma que ouço todo dia.
É só uma placa.

Mesmo que com isso só sentisse a dor do ferro
E raiva por ter algo pelo caminho
Fecho os olhos e finjo não sentir nada
Tenho pena da placa por ser só um objeto, tenho pena de mim
Por não pensar assim


A cada passo dado aumento
Meu fascínio por pássaros

segunda-feira, 25 de junho de 2012

aquele ladrão correu pra longe e depois um
carro quase atropelou ele
eu disse que parecia filme
é uma bela cena em qualquer filme
sem dúvida perfeito para uma noite de vigilância e de sono
se fosse verdade eu teria agora um vizinho nervoso
e uma porta escancarada no fim do corredor
eu nunca mais iria dormir depois disso e
passaria um dia e meio sem
sentir uma coisa boa
sequer uma coisa boa
eu preciso muito de habilidades escrotas
e preciso delas porque não quero
ver a minha casa invadida
e não quero que a polícia pise aqui
eu não confio nela.

domingo, 24 de junho de 2012


Deitar na cama e esperar o sono
Como quem espera algo ou alguém
Mas o sono não vem, nem o algo nem alguém

Saudades de um futuro que lembra o passado
Misturado, calado, sofrido, nem tudo nos foi permitido
Calado, sofrido, pensado passado, encalacrado metido vivido

O que ela quis dizer com aquele olhar?
O que ela quis olhar com aquele sorriso?

Olhos miúdos, olhos atentos
Olhos que me ferem
Olhos que me fazem querer
Inevitável desejo de te ter

Pensar no que não foi consumado
Querer o que já é passado
Assassinado, maltratado, desolado e sonhado passado

As curvas do teu sorriso
O molde vívido do vitral do seu rosto
Tomam formas geométricas perfeitas
Que só são desfeitas, ou melhor, refeitas
Quando se deparam com os meus, os teus, nossos olhos
Cruzados, paralisados, embebidos pelo êxtase
Da sensação última e sublime, de estar contigo.  
eu escondi cinco reais
pra gente comprar
cigarro bebida ou
um carro

uma investida certeira precisa de
um humor suave mas que consiga
derrubar portas e paredes

só que agora eu só penso no meu pé
42 e no seu apoio mudo
totalmente coberto por meias escuras
no lugar exato que o pé deve ocupar

eu não preciso de um
ombro
tenho pés 42 e meias escuras

e tenho cinco reais escondidos
pra eu comprar
cigarro bebida ou
um carro

Dia dos namorados

Ela comprou papel de presente bem chique com o dinheiro do remédio... Haviam plumas, mas ela tirou com muito cuidado, usou até ferro de passar para desamassar quando tirou da bolsa.
Colocou o papel no topo de uma caixa, que ela mesma fez de origami, e o frasco de perfume sobre o papel, para que fosse descendo suavemente com o peso, embrulhando perfeitamente o presente.
As medidas impecáveis, para ficar tudo simétrico na cesta, junto com os chocolates e bombons.
Passou na embalagem de leve o perfume que ela achava mais gostoso.
Depois fez dois furos em cada lado da caixa com um furador de papel e passou um lacinho bordô, dando um nó, e outro laço com um top bem grande e bonito, tudo perfeito.
Por baixo, a lingerie mais sacana que ela já teve.
O champagne era vagabundo mas estava na pequena bacia transparente, cheia de gelo, do lado da cama.
Espalhou pelo lençol pétalas das rosas que tinha no seu mini jardim, mas ia valer a pena.

O marido chegou em casa todo suado do futebol, tirou da novela dela pra assistir o mengão.
Quando ela veio trazer o presente, ele pegou rapidamente, nem olhou direito, com dois puxões rasgou toda a embalagem e murmurou "valeu", antes de abrir outra cerveja e inclinar o corpo pra ver quem fez o gol.


Depois de Tudo



Saiu-se muito bem.
E o que vai ser depois?
O silêncio que desgasta e a preferência dos iguais?
Mensagens de neuroses de paz numa síndrome de almas vazias
deixam a noite de mãos abertas e adormecidas.

Nas sombras vozes esquecidas morrem de abandono
Mas encaram o que são
vasculhando novas formas de se encontrar
Há o limite para ser e uma ordem para estar
Alimentada pelo que está em ti

O vento veio perguntar
onde está o que havia em ti
A chuva veio dizer
Que se perdeu

 Liberdade é apenas outra palavra pra não dizer que se perdeu.



Senta, vamos conversar
Só não te ofereço whiskey ou cigarro 
Porque não tenho disso aqui
Mas ao menos me diga que te interessa uma boa conversa
É que há boatos de que o mundo acabou faz tempo
E tirei prova disso na última vez que tentei desabafar
Ao acabar a bebida da minha companhia
Ela saiu porta a fora em busca de mais
E me deixou ali
Mas quem sabe se tu fores paciente
Depois de te apresentar bons argumentos 
Na próxima vez que conversarmos
Sentaremos pra falar sobre qualquer coisa
E com apenas um singelo copo d’agua
Sairás satisfeito.
o que eu sinto ou,
deixo de sentir é,
mera confusão de,
algo em mim que não,
tem nome forma,
ou cor o que eu sinto,
ou deixo de sentir é,
só o que o tempo fez,
comigo o que sobrou,
de todas as surras que,
eu já levei é o que eu,
sinto por todo mundo,
eu não nasci assim,
e nunca quis ser assim,
e não quis também que,
tentassem me mudar mas,
todo mundo tenta

sábado, 23 de junho de 2012

Chove



Na serra tá limpo 
Chove
Terra cria sulcos
assim como a minha pele
que tem medo de ser só limo
Chove
O sol não se cansa de salientar
As espinhas do planeta
Chove
E a hipocrisia com seus lábios carmim
Seduz mais um bobo
Exaltando seu flanco
Num tubo iconoscópio

Chove

Saliva de um cão
Sentir o cheiro do cio
A fêmea  agoniza desejo
Chove
Palavras no papel
Trovam coisa qualquer
Talvez pela falta do Carménère
O poeta chove como mar
que traga castelos beira-mar
Já é tarde
Lua nova é de guerra
Em paz 
Chove.


Ilustração: Irina Lucero

sexta-feira, 22 de junho de 2012

essa ideia indelicada não
entra na minha
minibiografia

leio que o sertão tem o solo mais belo
mais belo

penso que a torneira da cozinha tem a água mais próxima
e mais líquida

e bela como o solo do sertão

o progresso não é um
termo vão
minha mão no bolso
também não

meus bolsos são trincheiras
por que essa vida indelicada não
entra na minha
minibiografia

Ser criança pra brincar,
Ter um sonho para explorar,
O que me inspirava desapareceu,
Agora quem vive sozinha sou eu.
Nada de novo acontecia,
Um novo dia expandia.

Em busca de um dia melhor
Esperava,
Para mais uma vez dizer que o amava.

O desejo morria,
Nos braços de quem queria.

No badalar do relógio
O horário a apressava
A morte chegava.
A vida que não escolhia despertava,

O fim que não esperava.
Os caras de cabelo comprido devem ser do curso de história
E aquelas meninas comentam sobre a última festa
Eu sei ficar invisível,
Mero observador in loco,
Que olha o mundo como se não fizesse parte dele.

Hoje eu preciso das músicas dos velhos tempos
Pra lembrar quem eu sou.
Hoje dormi o dia inteiro
E ainda sinto que estou sonhando.

Hoje eu preciso de um espelho
Pra me enxergar como tu és,
Pra te ver como eu sou.
Pra viajar dentro de ti
E me encontrar em mim.

Na maior parte do tempo
Sou a águia que viaja por céu e terra.
Mas hoje preciso da força do cavalo,
Pra pisar forte e ser leal a mim mesma.
Hoje eu preciso olhar na pupila
E reverenciar o tempo
Como meu amigo e meu senhor.

Pensamentos Insanos


Ela tinha vontade de voar, voar alto, mas com suas próprias asas.
Sorrisos falsos, abraços congelantes a única coisa que era verdadeira nela era o brilho dos olhos que contavam a verdade em apenas uma lágrima. 
Seus sonhos eram perigosos, era só dar um passo e ela se jogava de um penhasco tenebroso e sombrio, às vezes o medo tomava conta dela sem ao menos ter o porquê disso. 
O bem maior dela eram coisas que ela nem ao menos tinha em mãos, o sorriso embaraçoso revelava coisas que nem uma palavra explicava.
 O sonho era sua realidade.




quando penso em todos os lugares,
que eu ainda não conheci eu fico,
triste por estar aqui parado,
mas quando penso em todas as,
pessoas que eu ainda não conheci,
ufa!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Com esta felicidade sem fim
Em nossos sonhos vamos voar
Para o paraíso que só nos iremos estar.

Nos teus olhos eu vejo o meu destino.

Nos teus braços quero pelo resto da eternidade ficar.
Junto a ti quero viver, nada para nos atrapalhar,
apenas nós para completar.
 



queria poder pensar melhor,
sobre tudo o que eu vejo,
mas só consigo pensar,
em fechar os,
olhos

quarta-feira, 20 de junho de 2012

semana que vem eu
to ferrado com
conhecimento de causa com
um ponto fixo desequilibrante:

e a sombra da folhagem que
não se move nunca?
e o sol que só explode bem quieto
no canto dele?

E O SOL que encontrou um
canto dele numa esfera?

semana que vem é depois e tudo isso é fácil demais
segura
o meu cérebro que eu mostro

A Morta


A morta, sossegada
Olha pra cima como um peixe
Deitada, aliviada e estragada.
O brilho já não é o mesmo.

A água encosta a cabeça na pedra
Encaixa seu corpo entre os corais
gentilmente como um bebê
O que ela sempre quis foi morrer.

Agora feliz repousa
sem sentir desejo algum
um cigarro, uma cerveja, qualquer coisa.

Apenas uma casca oca,
Em vida achavam que era louca.
Louca? loucura era viver!
debaixo do sol vendo tudo se desfazer.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Destoando

Mochila e estojo jogados, cuidadosamente desorganizados em cima da cama.
O sol bate na parede e pinta o quarto de amarelo em um segundo.

Deixo a água escorrer antes de servir um copo, só pra curtir o barulho do cano matando a sede.
Lentamente preencho o vazio que o copo sentiu por tanto tempo.
Que copo sortudo.

Quantos estilhaços...
Quanta sede.

"Que curvas! Que curvas!



Teu rosto tem pontas afiadas,
que quando não bem manejadas,
desde o furor ao estupor,
esses olhos miúdos, 
são capazes de tornar,
o que é morno em calor,
a segurança em devaneio.


Como se fosse uma arte
tens maestria no olhar, o dom,
transcendendo o que é dito,
me dando motivos para suspirar.


Vem! Que até o tempo espera,
pra ver você crescer..."



Rafael Santos

À mente

Vem à mente
o papel em branco,
histórias de gente
do ar eu arranco.

Expremo o suco
do cérebro seco,
já morto, sem muco
encurralado em um beco

Vem à mente
fratricídio e covardia,
gente que mente,
esperando a anistia.

Ouço na cozinha o cuco
nervoso e impotente,
grita à porta o eunuco:
Pode abrir agora, é gente.