terça-feira, 26 de junho de 2012


a pessoa antes fechou o rosto
fez com que a boca abrisse
mas não toda
e de toda ela muito pouco

vôo pouca palavra prestante
uma poucas que dançavam
cú, rosas, Arnaldo...
e todo mundo deu os olhos

nunca viram pessoa tal com aquela
de pele destoante de todo o restante
lágrimas beirando queixo, trejeito de estrangeiro
e o cheiro de sinceridade entranhado em cada ruga da pele

a pessoa então abriu os olhos
fez com que a boca abrisse mais
agora completamente
e de toda a cavidade ressoante fez um mundo

na frente do público não pagante
tempestearam as frases cacofonicas  
de uma hora pra outra tinham o que ler
o que escrever, comer, defecar e berrar

diziam: chegou o pensante
e logo morreram a mingua do conhecimento
a nau em um mar de letras soltas
citações pajeadas e o caralho a quatro

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