domingo, 24 de junho de 2012


Deitar na cama e esperar o sono
Como quem espera algo ou alguém
Mas o sono não vem, nem o algo nem alguém

Saudades de um futuro que lembra o passado
Misturado, calado, sofrido, nem tudo nos foi permitido
Calado, sofrido, pensado passado, encalacrado metido vivido

O que ela quis dizer com aquele olhar?
O que ela quis olhar com aquele sorriso?

Olhos miúdos, olhos atentos
Olhos que me ferem
Olhos que me fazem querer
Inevitável desejo de te ter

Pensar no que não foi consumado
Querer o que já é passado
Assassinado, maltratado, desolado e sonhado passado

As curvas do teu sorriso
O molde vívido do vitral do seu rosto
Tomam formas geométricas perfeitas
Que só são desfeitas, ou melhor, refeitas
Quando se deparam com os meus, os teus, nossos olhos
Cruzados, paralisados, embebidos pelo êxtase
Da sensação última e sublime, de estar contigo.  

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