Talvez um dia haja uma placa
pregada no meu túmulo dizendo que
em toda a minha vida, minha única e
verdadeira paixão foi o meu cigarro aceso.
Assim eu acharia graça em tudo,
e ouviria o som de todas as coisas
mais alto, e mais e mais alto,
então minha cabeça racharia
e dentro dela descobririam uma pilha
de corpos de encanadores italianos.
Aí as coisas ficariam complicadas,
tão complicadas que uma gota caindo
a uma distância considerável se tornaria
um perseguidor astuto, a descarga do vizinho
ecoaria como um último aviso e,
os espelhos da recepção me mostrariam
como foram os meus rostos em outras vidas.
No fim eu perceberia que não há centro de nada,
que o vento é só força perdida,
que eu estou perdido,
e que a minha força foi desperdiçada
pregando uma maldita placa.
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