E na falta de um amor
Eles se usam pra encobrir um vazio que não suportam sozinhos
Carinhos de uma noite só
Porque pelo menos esta noite
A gente vai se comer e se alimentar
Não vou lembrar do oco fazendo eco
Não vou lembrar das mentiras que me contaram
Essa noite teremos um ensaio sobre o amor
E mentiremos honestamente um ao outro e a nós
Depois comemoraremos nossa felicidade aparente de um amor ensaiado
Porque esta noite não estaremos sós
Pra lembrar do que não faz sentido
Pra sentir o não que faz lembrar
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
sábado, 1 de dezembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
terça-feira, 6 de novembro de 2012
domingo, 14 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Ão, ão, ão.
Quem me dera um poemão
Com rima de montão
Ele serião grandão
Preto como um grão
Sim, de feijão.
Ah, quem dera um poemão
Em português, francês ou alemão
Essa não é a questão
Eu só o queria rebelde, com um tipo de infração
Eu postaria aqui em primeira mão.
Como seria maravilhoso um poemão
mas no seu universo ele seria vão
Tão cheio de depressão
Preso como na camisa um botão
Pobre do seu universozinho...
Com rima de montão
Ele serião grandão
Preto como um grão
Sim, de feijão.
Ah, quem dera um poemão
Em português, francês ou alemão
Essa não é a questão
Eu só o queria rebelde, com um tipo de infração
Eu postaria aqui em primeira mão.
Como seria maravilhoso um poemão
mas no seu universo ele seria vão
Tão cheio de depressão
Preso como na camisa um botão
Pobre do seu universozinho...
Verdadeiros amigos.
Híspidas questões emolduram te o semblante por conspurcações sicofantas de um biltre?
O quão apedeuta e poltrão és tu?
O que importa são os verdadeiros amigos, e estes falam na lata.
O quão apedeuta e poltrão és tu?
O que importa são os verdadeiros amigos, e estes falam na lata.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Sem nada, sem entrelinhas
Da pretensa poesia vem um bafo.
Ela desaba no desabafo
Um ego querendo ajuda
Cego e de poesia muda.
Tudo tão escancarado
Sem nada, sem entrelinhas
Paranóias em caractéres escarrados
Fique com as suas, eu já tenho as minhas
Sem noção, ritmo e rima rica
Deixa a pobre poesia . A gente se vai, ela fica
Ela desaba no desabafo
Um ego querendo ajuda
Cego e de poesia muda.
Tudo tão escancarado
Sem nada, sem entrelinhas
Paranóias em caractéres escarrados
Fique com as suas, eu já tenho as minhas
Sem noção, ritmo e rima rica
Deixa a pobre poesia . A gente se vai, ela fica
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
sábado, 6 de outubro de 2012
Durante o filme
Hoje no cinema
as pessoas estavam morrendo
mas o filme era tão bom
que ninguém notou.
você percebe?
as pessoas estavam morrendo
mas o filme era tão bom
que ninguém notou.
você percebe?
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Fragilidade
Se
o teu ego ao ser elogiado infla, mostra a tua fraqueza. Assim como se
tua pobreza de espírito se revolta diante das contrariedades que
deverias dar de ombros.
Se o fazes para agradar, se ao discordarem
contigo turba-se o teu coração, ainda és infante criatura sem saber o
que realmente vale nesta vida.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
assim
forçar uma saída de ar
uma saída
onde eu caiba inteiro e caia
num só impulso
assim como
o vento meu ar
em movimento
todouvidos lá de baixo pra
voz lá de cima:
mas olha
tão cedo assim
nem tempo prum beijo
espremido na face
mas fica sendo a
possibilidade sem
garganta e sem boca
menos um passo que
poderia me cansar
forçar uma saída de ar
uma saída
onde eu caiba inteiro e caia
num só impulso
assim como
o vento meu ar
em movimento
todouvidos lá de baixo pra
voz lá de cima:
mas olha
tão cedo assim
nem tempo prum beijo
espremido na face
mas fica sendo a
possibilidade sem
garganta e sem boca
menos um passo que
poderia me cansar
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Joice
Acreditei no ditado
O samba está perdido
Te encontrei
O samba está perdido
Te encontrei
Tantos sorrisos tímidos
em que a percussão
fazia o tom
a viola reclamava
enquanto era afinada
a mesa,
ah mesa, cheia de batuques
entre os copos
cheios de cerveja
certezas jogadas foras
boa canção
faziam-se lábios
e a melodia não era mais de
ninar.
Fazia dia
E os passos eram só guiar
As tranças eram pernas
que desenham o azulejo
E me embalava nos seus olhos
Pedia vilmente
mais uma cerveja
Garçonete
das pernas roliças
dum colo pôr do sol.
em que a percussão
fazia o tom
a viola reclamava
enquanto era afinada
a mesa,
ah mesa, cheia de batuques
entre os copos
cheios de cerveja
certezas jogadas foras
boa canção
faziam-se lábios
e a melodia não era mais de
ninar.
Fazia dia
E os passos eram só guiar
As tranças eram pernas
que desenham o azulejo
E me embalava nos seus olhos
Pedia vilmente
mais uma cerveja
Garçonete
das pernas roliças
dum colo pôr do sol.
como dizia o poeta
a placenta faz parte de um engenhoso mecanismo
que visa garantir a saúde do futuro bebê protegendo
o feto contra ataques de grande parte dos vírus até
agora conhecidos e estudados
além disso tem funções nutritiva, excretora e respiratória
tudo isso a torna um órgão magnífico e tão importante
quanto o músculo cardíaco ou a massa encefálica
embora todos eles fiquem perfeitamente adaptados
e naturais dentro dos vasos sanitários de banheiros
ecológicos
a placenta faz parte de um engenhoso mecanismo
que visa garantir a saúde do futuro bebê protegendo
o feto contra ataques de grande parte dos vírus até
agora conhecidos e estudados
além disso tem funções nutritiva, excretora e respiratória
tudo isso a torna um órgão magnífico e tão importante
quanto o músculo cardíaco ou a massa encefálica
embora todos eles fiquem perfeitamente adaptados
e naturais dentro dos vasos sanitários de banheiros
ecológicos
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Quartinho
Calo a boca
Boca fala
A lingua roça
O céu seca
O verbo só quer
Viver
Tanto amor rimando com dor
Tanto sexo chamado saudade
Não há nada contra a natureza
Se o real instinto
Desejo unham a carne
Vaze
Abro o carteado
Há veracidade
nas voltas do mundo
Mas prefiro suas mais belas mentiras
Cheia de rima
Lógico jogral
Sem deixar o ser
Ser.
Boca fala
A lingua roça
O céu seca
O verbo só quer
Viver
Tanto amor rimando com dor
Tanto sexo chamado saudade
Não há nada contra a natureza
Se o real instinto
Desejo unham a carne
Vaze
Abro o carteado
Há veracidade
nas voltas do mundo
Mas prefiro suas mais belas mentiras
Cheia de rima
Lógico jogral
Sem deixar o ser
Ser.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Encontro Artístico Cultural
No dia 8 de setembro aconteceu o 1° Encontro Artístico
Cultural do Grupo Poetas da Luna no Kioske Alemão Nei. O encontro contou com
exposições de pinturas, desenhos e fotografias, dança, apresentações musicais e
teatro, todas essas, feitas por artistas locais.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjN1PwX7JMO_wWnEUGv5H-PrWv5sLiNfcWlxpytcPz9XpjFBbX8CU4iuzHy7zhLKk-zbhdaGCZMkRa-bYSKYoQL7rrAHugvzhCuMocEjVVt284izwQEzrxnF2vmRjRqFdNrBCIqt_yLXBI/s200/teatro.jpg)
Durante o evento foram confeccionados pinturas e poemas
partindo da temática das apresentações artísticas. O encontro contou ainda com
a participação de desenhista Filipi Barbosa, presença do cartunista Carlos
Sakko, Ângela Santana e de Paulo H. Lange.
O grupo Poetas da Luna trata-se de um movimento iniciado na
rede social, Facebook, reunindo pessoas de Torres que praticam e apreciam todas
as modalidades artísticas. Uma forma de restaurar e fundamentar iniciações artísticas
e culturais locais.
Se você pratica qualquer tipo de modalidade artística será
bem vindo participando, expondo, cantando e compartilhar conosco, faça parte
você também deste movimento, acesse o blog: http://poetasdaluna.blogspot.com.br/
ou pelo e-mail: lgmoulin@gmail.com
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
então olhei pro céu e
gritei pode mandar mais chuva isso
é pouco pra mim
amanha vou correr molhado
o tempo não importa quando se
corre como eu posso correr
aí o céu olhou pra mim ou
posso dizer que algo semelhante a
isso e aconteceu é
aconteceu mas tanto faz correr ou gritar
pra quê criar pânico quando
a parte verdadeiramente triste ainda
nem começou?
é só esperar e olhar que acontece
é só esperar e olhar pro céu
gritei pode mandar mais chuva isso
é pouco pra mim
amanha vou correr molhado
o tempo não importa quando se
corre como eu posso correr
aí o céu olhou pra mim ou
posso dizer que algo semelhante a
isso e aconteceu é
aconteceu mas tanto faz correr ou gritar
pra quê criar pânico quando
a parte verdadeiramente triste ainda
nem começou?
é só esperar e olhar que acontece
é só esperar e olhar pro céu
domingo, 9 de setembro de 2012
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
pode colocar o
que quiser na
parede uma gaiola
precisa de vida e
de decoração pesada
e de uma porta grande
pra alguma mão me puxar
de dentro dela
o ideal é encontrar as
chaves e só voltar
com uma samambaia viva
e forte pra pendurar nas
grades da janela
depois disso dá até
pra sentir a liberdade e
a diferença entre o
cheiro do chão e o
da sola do sapato
que quiser na
parede uma gaiola
precisa de vida e
de decoração pesada
e de uma porta grande
pra alguma mão me puxar
de dentro dela
o ideal é encontrar as
chaves e só voltar
com uma samambaia viva
e forte pra pendurar nas
grades da janela
depois disso dá até
pra sentir a liberdade e
a diferença entre o
cheiro do chão e o
da sola do sapato
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
dentro do prato de sobremesa o pedido de sempre:
salada de batata gelada de domingo meidia
então sentar de frente pra tevê e de costas pra porta
jason statham incendeia, quebra e mata, tudo isso
entre uma câmera aérea e os gritinhos do maquiador
um lindo morcego entra pela chaminé e se instala
nalgum canto atrás da porta
é barulho de morcego, sem dúvida
ele não faz mal ele engordou comendo frutas e
mosquitos que engordaram comendo sangue
muito provavelmente sangue humano
depósito na minha conta corrente todo mês
megadepósito na conta de jason statham a cada murro distribuído
o morcego engorda comendo frutas e sangue humano quieto
lá no canto dele: olhos de eremita: um exemplo a seguir
salada de batata gelada de domingo meidia
então sentar de frente pra tevê e de costas pra porta
jason statham incendeia, quebra e mata, tudo isso
entre uma câmera aérea e os gritinhos do maquiador
um lindo morcego entra pela chaminé e se instala
nalgum canto atrás da porta
é barulho de morcego, sem dúvida
ele não faz mal ele engordou comendo frutas e
mosquitos que engordaram comendo sangue
muito provavelmente sangue humano
depósito na minha conta corrente todo mês
megadepósito na conta de jason statham a cada murro distribuído
o morcego engorda comendo frutas e sangue humano quieto
lá no canto dele: olhos de eremita: um exemplo a seguir
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Carta antiga
Eu quero receber uma carta com o cheiro de amor antigo
Com aquela fragância que o tempo perdeu
O papel mais espesso e até não tão branco
Quero aquela carta carta que me faça lembrar de muita coisa de você e eu.
Quero lá do fundo da gaveta trazer as lembranças
As lembranças que o criado mudo guardou calado
Quero sorrir com saudosismo do amor que me escreveu
Vou toca-la leve pra sentir o relevo da tinta que marcou o outro lado
Ah, eu quero te dizer que custou tanto chegar, mas a carta chegou sem fantasia
A recebi com o carinho de quem reencontra um amor antigo
E que lhe degusta até por magnetismo quem aquela letra escrevia
E receber a carta que eu a lerei depois e revê-la em pensamento ao contar para um amigo
Vou dobrar com carinho a carta que jamais foi esquecida
Uma carta de amor antiga e que sempre estaria comigo
Com aquela fragância que o tempo perdeu
O papel mais espesso e até não tão branco
Quero aquela carta carta que me faça lembrar de muita coisa de você e eu.
Quero lá do fundo da gaveta trazer as lembranças
As lembranças que o criado mudo guardou calado
Quero sorrir com saudosismo do amor que me escreveu
Vou toca-la leve pra sentir o relevo da tinta que marcou o outro lado
Ah, eu quero te dizer que custou tanto chegar, mas a carta chegou sem fantasia
A recebi com o carinho de quem reencontra um amor antigo
E que lhe degusta até por magnetismo quem aquela letra escrevia
E receber a carta que eu a lerei depois e revê-la em pensamento ao contar para um amigo
Vou dobrar com carinho a carta que jamais foi esquecida
Uma carta de amor antiga e que sempre estaria comigo
Maturidade
Sempre ouvi dizer
pra crescer e ser alguém na vida,
mas quem eu sempre quis ser
sou eu mesmo.
Tem um amigo meu
que é alguém na vida.
ele é um médico,
não ele mesmo.
Muita gente diz
que eu devo crescer,
mas quem eu quero ser
quando crescer?
Ramiro Mateus Modica
pra crescer e ser alguém na vida,
mas quem eu sempre quis ser
sou eu mesmo.
Tem um amigo meu
que é alguém na vida.
ele é um médico,
não ele mesmo.
Muita gente diz
que eu devo crescer,
mas quem eu quero ser
quando crescer?
Ramiro Mateus Modica
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
terça-feira, 7 de agosto de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Se a máquina de lavar
pode fazer barulho a noite inteira
existe o direito de fazermos também
porque homem e máquina são quase
a mesma coisa
são apenas materiais diferentes
em corpos diferentes
apenas
a mesma coisa
em órgãos diferentes
Se a ordem dos botões deixa a
camisa desconfortável e atravessada
ela pode estar ao contrário
ou numa ordem contrária
ou pode ser um erro
botões são complicados mesmo
ou pode ser porque
é ridícula a ideia de vestir roupas
em uma máquina.
pode fazer barulho a noite inteira
existe o direito de fazermos também
porque homem e máquina são quase
a mesma coisa
são apenas materiais diferentes
em corpos diferentes
apenas
a mesma coisa
em órgãos diferentes
Se a ordem dos botões deixa a
camisa desconfortável e atravessada
ela pode estar ao contrário
ou numa ordem contrária
ou pode ser um erro
botões são complicados mesmo
ou pode ser porque
é ridícula a ideia de vestir roupas
em uma máquina.
terça-feira, 31 de julho de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Talvez um dia haja uma placa
pregada no meu túmulo dizendo que
em toda a minha vida, minha única e
verdadeira paixão foi o meu cigarro aceso.
Assim eu acharia graça em tudo,
e ouviria o som de todas as coisas
mais alto, e mais e mais alto,
então minha cabeça racharia
e dentro dela descobririam uma pilha
de corpos de encanadores italianos.
Aí as coisas ficariam complicadas,
tão complicadas que uma gota caindo
a uma distância considerável se tornaria
um perseguidor astuto, a descarga do vizinho
ecoaria como um último aviso e,
os espelhos da recepção me mostrariam
como foram os meus rostos em outras vidas.
No fim eu perceberia que não há centro de nada,
que o vento é só força perdida,
que eu estou perdido,
e que a minha força foi desperdiçada
pregando uma maldita placa.
pregada no meu túmulo dizendo que
em toda a minha vida, minha única e
verdadeira paixão foi o meu cigarro aceso.
Assim eu acharia graça em tudo,
e ouviria o som de todas as coisas
mais alto, e mais e mais alto,
então minha cabeça racharia
e dentro dela descobririam uma pilha
de corpos de encanadores italianos.
Aí as coisas ficariam complicadas,
tão complicadas que uma gota caindo
a uma distância considerável se tornaria
um perseguidor astuto, a descarga do vizinho
ecoaria como um último aviso e,
os espelhos da recepção me mostrariam
como foram os meus rostos em outras vidas.
No fim eu perceberia que não há centro de nada,
que o vento é só força perdida,
que eu estou perdido,
e que a minha força foi desperdiçada
pregando uma maldita placa.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
mão e luva
Vácuo no peito é que você está sentindo agora
vendo em meio a tantos a 'lembra?'
inútil dizer ou falar o sentir
Justificar o vácuo no peito
algo incluso em sua poesia
vácuo no peito é se sentir amada por alguém que mente
de fato sente mas não é poeta
não sente
o vácuo no peito dói
e a anestesia de um amor inventado pelo
descobrimento da américa é uma farsa
logo verás que o teu velho par
foge a luta
Sempre fugiu.
Podres, com vácuos e lacunas profundas
cicatrizes áridas que uma pobre fiesta
não cumpre o papel
Há uma compaixão
Pena, de fato um vácuo no peito
não é fantasiia
é vazio, que tanto adias sentir
Entre arrastões e ou fingimentos de orgasmo
Pobre, enfadado a sentir o mesmo controle
do que não sentes
não amas, prevê o fim
Podre e pobre a pena de quem faz fingimento
A interpretação e interpelação é melhor.
O vácuo no peito tenta entender todos os filmes
e reescrever todos poemas e o pobre cruel amante
pensa ser.
Pobre pobre pobre
como tu, que em fetiche
reinvennta tal qual e fustra
Vácuo no peito é que fantasia
o amor que verás sente
Numa canalização atribulada
que levará ao verdadeiro luto
negro e sofrido.
Sinto de fato coração bater
alma abrir para um pobre e vazio
mas sempre floresce paz ente nós.
Fora isso é insegurança num mundo que desejas
e que é só seu.
Um pena.... Galinha ou pavão,
é o peso que tens
além do vácuo no peito.
Água ou simplesmente fluido
não minta a si, sinta
que foi falho
falho e pouco lúcido
mas também se vanglorie
a sempre uma água para um fustrado cantil
Os arcos mais implícitos
Em que quis demonstrar e que preservamos até então
foram postos em constução
de fato são lindos
sua assinatura é bárbara
poderia ser melhor se de fato fosse em primeira pessoa
e não escondida em segundos nomes ou vontades.
Ah, combinações
Prestações senxuais em mastros
em que tentas justificar
Ouvirão dizer dizer que sim
Mas o silêncio sopressai
em tuas ventas que pensas ser ganhas
pelo fogo eterno ainda hão de queimá-lo
assim como eu,
como quem não quer nada perguntará
a razão de um fim de semana qualquer.
O filme, a poesia, o drink e a filosofia barata
serão baratas e quem
você tem nojo.
Covardia.
Expurgo então
qualquer forma de libertação segregadas
e partimos daí
uma subjeção má entendida pór ti
talvez o tirocínio da convicção da medicriodade
irá tirar seu sono.
Em seu lugar estará o que deveras e senta
E não chegaremos então.
terça-feira, 17 de julho de 2012
enfrentando o inimigo
uma boa ideia é pensar
nos livros ali na
estante eles guardam histórias que
ainda respiram em gente
como eu e tu
(um pouco de pretensão é uma
necessidade constrangedora tipo
respiração boca a boca)
nos livros ali na
estante eles guardam histórias que
ainda respiram em gente
como eu e tu
(um pouco de pretensão é uma
necessidade constrangedora tipo
respiração boca a boca)
domingo, 15 de julho de 2012
Pele
Vai formando valetas
sulcos
Poeira do sorriso
O epitélio estratefica
indo em calçadas
tantas águas que rolam
A pele engrossa
Os vintes parecem ser oitenta
Minha nossa,
Caretice de um baseado
Ah, minha juventude
Meu drama mal resolvido
Tantos prefácios
e poucos livros
Rio dum perfume
é só pele.
sulcos
Poeira do sorriso
O epitélio estratefica
indo em calçadas
tantas águas que rolam
A pele engrossa
Os vintes parecem ser oitenta
Minha nossa,
Caretice de um baseado
Ah, minha juventude
Meu drama mal resolvido
Tantos prefácios
e poucos livros
Rio dum perfume
é só pele.
sábado, 14 de julho de 2012
pra mim o maior de todos é
whitman o que
não sai no soco por que esse
tipo de coisa machuca
menos do que poderia machucar
viu?
é assim que se respira livremente mesmo com
uma faca encostada no pescoço: tem
sempre um ponto fixo mais notável
que a lâmina
um ponto fixo mais próximo e
mais perigoso que a lâmina é também
mais afiado mas
por enquanto não
vai aparecer ele
ta muito ocupado brincando com
a comida
whitman o que
não sai no soco por que esse
tipo de coisa machuca
menos do que poderia machucar
viu?
é assim que se respira livremente mesmo com
uma faca encostada no pescoço: tem
sempre um ponto fixo mais notável
que a lâmina
um ponto fixo mais próximo e
mais perigoso que a lâmina é também
mais afiado mas
por enquanto não
vai aparecer ele
ta muito ocupado brincando com
a comida
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Ecos...
Por vezes é dificil persistir.
Até que eu me lembre de quem sou.
Leis de Newton. Leis de Murphy. Eu preciso contorna-las, fazê-las trabalhar por mim.
Eu preciso encontrar brechas...
Eu preciso criar as minhas leis...
1º Lei de Newton: Um objeto em repouso tende a permanecer em repouso
Eu interpreto com algo como nada acontece sem que eu dê um empurrão. Tudo começa com um pensamento positivo, construtivo.
Depois coloco este pensamento no papel. E então, ele passa da minha cabeça para a realidade.
2º Lei de Newton: Força igual a massa vezes a aceleração. Simples. A condução do plano será de acordo com a minha determinação.
3 Lei de Newton: Para cada ação, existe uma reação igual e contrária.
Para tudo o que eu fizer haverá forças contrárias. O que fazer? AÇÃO!
Até que eu me lembre de quem sou.
Leis de Newton. Leis de Murphy. Eu preciso contorna-las, fazê-las trabalhar por mim.
Eu preciso encontrar brechas...
Eu preciso criar as minhas leis...
1º Lei de Newton: Um objeto em repouso tende a permanecer em repouso
Eu interpreto com algo como nada acontece sem que eu dê um empurrão. Tudo começa com um pensamento positivo, construtivo.
Depois coloco este pensamento no papel. E então, ele passa da minha cabeça para a realidade.
2º Lei de Newton: Força igual a massa vezes a aceleração. Simples. A condução do plano será de acordo com a minha determinação.
3 Lei de Newton: Para cada ação, existe uma reação igual e contrária.
Para tudo o que eu fizer haverá forças contrárias. O que fazer? AÇÃO!
segunda-feira, 9 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
Passáros Livres
Clique no link e conheça esta canção composta por João Claudio P. Miranda e eu.
http://www.youtube.com/watch?v=by_jQ6439zU
Cordas de Cetim
No celular sempre um álbum rodando
No intervalo do almoço, encenando solos de guitarra escondido.
Via-se no fim do dia saindo do banco,
Questionando-se sobre sonhos, pra onde teriam ido?
Passa pela frente da loja de música:
"uma tortura, música é minha natureza,
olho meu caminho com muita dúvida
mas fiz a coisa certa, tenho certeza.
Não! Hoje vou largar o emprego,
vou fazer o que eu quero,
Sair do banco direto pra casa de show,
tocar mais ou menos, ganhar mais ou menos,
perder a mulher e os filhos,
e a vida acaba aí, não tem nada de bonito nisso...
Melhor não.
Melhor acordar cedo e garantir o leite das crianças.
Num sacrifício silencioso,
sou crucificado lentamente."
Pensava enquanto engolia um ar seco e dava mais um nó na corda em seu pescoço.
No intervalo do almoço, encenando solos de guitarra escondido.
Via-se no fim do dia saindo do banco,
Questionando-se sobre sonhos, pra onde teriam ido?
Passa pela frente da loja de música:
"uma tortura, música é minha natureza,
olho meu caminho com muita dúvida
mas fiz a coisa certa, tenho certeza.
Não! Hoje vou largar o emprego,
vou fazer o que eu quero,
Sair do banco direto pra casa de show,
tocar mais ou menos, ganhar mais ou menos,
perder a mulher e os filhos,
e a vida acaba aí, não tem nada de bonito nisso...
Melhor não.
Melhor acordar cedo e garantir o leite das crianças.
Num sacrifício silencioso,
sou crucificado lentamente."
Pensava enquanto engolia um ar seco e dava mais um nó na corda em seu pescoço.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Tenho plena convicção!
"Essa é apenas uma hipótese, pois não existe nada concreto que possa sanar todas as dúvidas que são geradas no meio científico, todas as teorias atuais possuem falhas que comprometem a veracidade das mesmas." - Diz ele...
que eu não encontre um remédio
nem um punho macio nem uma claridade que seja confortável
este impacto não torna os ossos mais
fortes e definidos ele
quebra tudo de uma vez por todas e então o
último movimento tem que visar a
melhor posição aquela que encare de perto
um muro mal pintado e mais que isso só a semente de
uma futura árvore com
inacreditáveis três mil anos pra mais
depois de tudo feito o único cuidado é o de não piscar
e já é doloroso o bastante
nem um punho macio nem uma claridade que seja confortável
este impacto não torna os ossos mais
fortes e definidos ele
quebra tudo de uma vez por todas e então o
último movimento tem que visar a
melhor posição aquela que encare de perto
um muro mal pintado e mais que isso só a semente de
uma futura árvore com
inacreditáveis três mil anos pra mais
depois de tudo feito o único cuidado é o de não piscar
e já é doloroso o bastante
terça-feira, 3 de julho de 2012
domingo, 1 de julho de 2012
esqueço tudo e me aquieto,
penso em tudo que eu fiz,
e poderia ter feito mas me,
aquieto,
fico horas e horas imaginando,
como seria o que seria teria veria,
mas me aquieto,
eu sento aqui e digo a mim mesmo,
que não vou fugir,
que vou estar sempre aqui por mim,
cultivando o inferno da sanidade,
contemplando a tediosa paz de espírito,
roendo meus restos de alma,
e me aquieto,
vou dormir,
deitar a cabeça no travesseiro,
e dormir,
sem sonhar,
só dormir
penso em tudo que eu fiz,
e poderia ter feito mas me,
aquieto,
fico horas e horas imaginando,
como seria o que seria teria veria,
mas me aquieto,
eu sento aqui e digo a mim mesmo,
que não vou fugir,
que vou estar sempre aqui por mim,
cultivando o inferno da sanidade,
contemplando a tediosa paz de espírito,
roendo meus restos de alma,
e me aquieto,
vou dormir,
deitar a cabeça no travesseiro,
e dormir,
sem sonhar,
só dormir
quinta-feira, 28 de junho de 2012
a arte
estou do lado de fora hoje,
observando como as crianças,
estão grandes,
e lindas,
e como as sementes que nós,
plantamos estão crescendo,
e como parece que o sol,
brilha mais forte enquanto,
você sorri,
eu costumava saber tudo,
sobre você mas,
vivo me redescobrindo,
dia-a-dia e já,
não tenho mais o direito de te conhecer,
eu troquei o direito de te ter,
pelo direito de ter a mim,
num quarto escuro de hotel,
escrevendo num papel sujo de vinho,
com a cara amassada e a alma em pedaços,
mas hoje eu estou aqui,
te observando,
do lado de fora,
como eu sempre quis,
observando,
do lado de fora
observando como as crianças,
estão grandes,
e lindas,
e como as sementes que nós,
plantamos estão crescendo,
e como parece que o sol,
brilha mais forte enquanto,
você sorri,
eu costumava saber tudo,
sobre você mas,
vivo me redescobrindo,
dia-a-dia e já,
não tenho mais o direito de te conhecer,
eu troquei o direito de te ter,
pelo direito de ter a mim,
num quarto escuro de hotel,
escrevendo num papel sujo de vinho,
com a cara amassada e a alma em pedaços,
mas hoje eu estou aqui,
te observando,
do lado de fora,
como eu sempre quis,
observando,
do lado de fora
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Fábulas
Sempre foge
acolá
As palavras
dançam no papel
Tantas transpirações
Poemas
acrobáticos
Insinuações
ou apenas
apelo sexual
Não sei
As palavras
fazem
(seu papel)
Criam os
sulcos
No encéfalo
só para
Caber no
cálice de ossos
Atlás e Axis
sabem
O quão
pesado são as palavras.
A caneta
morde o papel
Desrepeita o
pobre amontoado de celulose
As curvas em
alta velocidade
Tatuam esferas
esferográficas
Esses dias
teve acidente
O caso em si
A caneta colidiu
no papel
Sem meias
palavras
Sangrando-o
Não teve
nenhuma vítima fatal
Além do
poeta
Boquiaberto
Com a
metáfora
que dentro
fugiu
Mil folhas
Perdido
entre prateleiras de um
Sebo qualquer.
terça-feira, 26 de junho de 2012
a pessoa antes fechou o rosto
fez com que a boca abrisse
mas não toda
e de toda ela muito pouco
vôo pouca palavra prestante
uma poucas que dançavam
cú, rosas, Arnaldo...
e todo mundo deu os olhos
nunca viram pessoa tal com aquela
de pele destoante de todo o restante
lágrimas beirando queixo, trejeito de estrangeiro
e o cheiro de sinceridade entranhado em cada ruga da pele
a pessoa então abriu os olhos
fez com que a boca abrisse mais
agora completamente
e de toda a cavidade ressoante fez um mundo
na frente do público não pagante
tempestearam as frases cacofonicas
de uma hora pra outra tinham o que ler
o que escrever, comer, defecar e berrar
diziam: chegou o pensante
e logo morreram a mingua do conhecimento
a nau em um mar de letras soltas
citações pajeadas e o caralho a quatro
praça
eu não precisei ir até o fundo,
do poço e voltar pra saber que lá,
não é um lugar legal,
mas eu fui até a praça,
e lá eu vi muitos fundos de poço,
andei por lá como se só eu,
pudesse respirar,
eu só conseguia caminhar,
pelo meio fio,
foi estranho estar bem em,
meio a multidão geralmente,
é o contrário,
- eles estão no fundo do poço,
pensei,
fiquei feliz de não estar junto,
de todos eles estarem juntos,
de não fazer parte daquilo tudo,
do poço e voltar pra saber que lá,
não é um lugar legal,
mas eu fui até a praça,
e lá eu vi muitos fundos de poço,
andei por lá como se só eu,
pudesse respirar,
eu só conseguia caminhar,
pelo meio fio,
foi estranho estar bem em,
meio a multidão geralmente,
é o contrário,
- eles estão no fundo do poço,
pensei,
fiquei feliz de não estar junto,
de todos eles estarem juntos,
de não fazer parte daquilo tudo,
senti-me imune pela primeira vez na vida,
que dia,
que dia!
que dia,
que dia!
Diante da calçada desigual e o asfalto novo e movimentado
Eu fico com a primeira
Caminho devagar e leve enganando todos os olhares ansiosos
Soando desdém
Eu fico com a primeira
Caminho devagar e leve enganando todos os olhares ansiosos
Soando desdém
E chego a conclusão de que
Aqui as pessoas caminham buscando afeto, lá simplesmente passam
Eu passo por qualquer lugar
Aqui as pessoas caminham buscando afeto, lá simplesmente passam
Eu passo por qualquer lugar
E sinto cada placa como se atravessasse meu corpo
Como se tivesse uma força sobrenatural
Parasse diante da minha alma e soasse algo parecido com uma ordem
A mesma que ouço todo dia.
É só uma placa.
Parasse diante da minha alma e soasse algo parecido com uma ordem
A mesma que ouço todo dia.
É só uma placa.
Mesmo que com isso só sentisse a dor do ferro
E raiva por ter algo pelo caminho
Fecho os olhos e finjo não sentir nada
Tenho pena da placa por ser só um objeto, tenho pena de mim
Por não pensar assim
A cada passo dado aumento
Meu fascínio por pássaros
E raiva por ter algo pelo caminho
Fecho os olhos e finjo não sentir nada
Tenho pena da placa por ser só um objeto, tenho pena de mim
Por não pensar assim
A cada passo dado aumento
Meu fascínio por pássaros
segunda-feira, 25 de junho de 2012
aquele ladrão correu pra longe e depois um
carro quase atropelou ele
eu disse que parecia filme
é uma bela cena em qualquer filme
sem dúvida perfeito para uma noite de vigilância e de sono
se fosse verdade eu teria agora um vizinho nervoso
e uma porta escancarada no fim do corredor
eu nunca mais iria dormir depois disso e
passaria um dia e meio sem
sentir uma coisa boa
sequer uma coisa boa
eu preciso muito de habilidades escrotas
e preciso delas porque não quero
ver a minha casa invadida
e não quero que a polícia pise aqui
eu não confio nela.
carro quase atropelou ele
eu disse que parecia filme
é uma bela cena em qualquer filme
sem dúvida perfeito para uma noite de vigilância e de sono
se fosse verdade eu teria agora um vizinho nervoso
e uma porta escancarada no fim do corredor
eu nunca mais iria dormir depois disso e
passaria um dia e meio sem
sentir uma coisa boa
sequer uma coisa boa
eu preciso muito de habilidades escrotas
e preciso delas porque não quero
ver a minha casa invadida
e não quero que a polícia pise aqui
eu não confio nela.
domingo, 24 de junho de 2012
Deitar na cama e esperar o sono
Como quem espera algo ou alguém
Mas o sono não vem, nem o algo
nem alguém
Saudades de um futuro que lembra
o passado
Misturado, calado, sofrido, nem
tudo nos foi permitido
Calado, sofrido, pensado passado,
encalacrado metido vivido
O que ela quis dizer com aquele
olhar?
O que ela quis olhar com aquele
sorriso?
Olhos miúdos, olhos atentos
Olhos que me ferem
Olhos que me fazem querer
Inevitável desejo de te ter
Pensar no que não foi consumado
Querer o que já é passado
Assassinado, maltratado, desolado
e sonhado passado
As curvas do teu sorriso
O molde vívido do vitral do seu
rosto
Tomam formas geométricas
perfeitas
Que só são desfeitas, ou melhor,
refeitas
Quando se deparam com os meus, os
teus, nossos olhos
Cruzados, paralisados, embebidos
pelo êxtase
Da sensação última e sublime, de
estar contigo.
eu escondi cinco reais
pra gente comprar
cigarro bebida ou
um carro
uma investida certeira precisa de
um humor suave mas que consiga
derrubar portas e paredes
só que agora eu só penso no meu pé
42 e no seu apoio mudo
totalmente coberto por meias escuras
no lugar exato que o pé deve ocupar
eu não preciso de um
ombro
tenho pés 42 e meias escuras
e tenho cinco reais escondidos
pra eu comprar
cigarro bebida ou
um carro
pra gente comprar
cigarro bebida ou
um carro
uma investida certeira precisa de
um humor suave mas que consiga
derrubar portas e paredes
só que agora eu só penso no meu pé
42 e no seu apoio mudo
totalmente coberto por meias escuras
no lugar exato que o pé deve ocupar
eu não preciso de um
ombro
tenho pés 42 e meias escuras
e tenho cinco reais escondidos
pra eu comprar
cigarro bebida ou
um carro
Dia dos namorados
Ela comprou papel de presente bem chique com o dinheiro do remédio... Haviam plumas, mas ela tirou com muito cuidado, usou até ferro de passar para desamassar quando tirou da bolsa.
Colocou o papel no topo de uma caixa, que ela mesma fez de origami, e o frasco de perfume sobre o papel, para que fosse descendo suavemente com o peso, embrulhando perfeitamente o presente.
As medidas impecáveis, para ficar tudo simétrico na cesta, junto com os chocolates e bombons.
Passou na embalagem de leve o perfume que ela achava mais gostoso.
Depois fez dois furos em cada lado da caixa com um furador de papel e passou um lacinho bordô, dando um nó, e outro laço com um top bem grande e bonito, tudo perfeito.
Por baixo, a lingerie mais sacana que ela já teve.
O champagne era vagabundo mas estava na pequena bacia transparente, cheia de gelo, do lado da cama.
Espalhou pelo lençol pétalas das rosas que tinha no seu mini jardim, mas ia valer a pena.
O marido chegou em casa todo suado do futebol, tirou da novela dela pra assistir o mengão.
Quando ela veio trazer o presente, ele pegou rapidamente, nem olhou direito, com dois puxões rasgou toda a embalagem e murmurou "valeu", antes de abrir outra cerveja e inclinar o corpo pra ver quem fez o gol.
Colocou o papel no topo de uma caixa, que ela mesma fez de origami, e o frasco de perfume sobre o papel, para que fosse descendo suavemente com o peso, embrulhando perfeitamente o presente.
As medidas impecáveis, para ficar tudo simétrico na cesta, junto com os chocolates e bombons.
Passou na embalagem de leve o perfume que ela achava mais gostoso.
Depois fez dois furos em cada lado da caixa com um furador de papel e passou um lacinho bordô, dando um nó, e outro laço com um top bem grande e bonito, tudo perfeito.
Por baixo, a lingerie mais sacana que ela já teve.
O champagne era vagabundo mas estava na pequena bacia transparente, cheia de gelo, do lado da cama.
Espalhou pelo lençol pétalas das rosas que tinha no seu mini jardim, mas ia valer a pena.
O marido chegou em casa todo suado do futebol, tirou da novela dela pra assistir o mengão.
Quando ela veio trazer o presente, ele pegou rapidamente, nem olhou direito, com dois puxões rasgou toda a embalagem e murmurou "valeu", antes de abrir outra cerveja e inclinar o corpo pra ver quem fez o gol.
Depois de Tudo
Saiu-se muito bem.
E o que vai ser depois?
O silêncio que desgasta e a preferência dos iguais?
Mensagens de neuroses de paz numa síndrome de almas vazias
deixam a noite de mãos abertas e adormecidas.
Nas sombras vozes esquecidas morrem de abandono
Mas encaram o que são
vasculhando novas formas de se encontrar
Há o limite para ser e uma ordem para estar
Alimentada pelo que está em ti
O vento veio perguntar
onde está o que havia em ti
A chuva veio dizer
Que se perdeu
Liberdade é apenas outra palavra pra não dizer que se perdeu.
Senta, vamos conversar
Só não te ofereço whiskey ou cigarro
Porque não tenho disso aqui
Mas ao menos me diga que te interessa uma boa conversa
É que há boatos de que o mundo acabou faz tempo
E tirei prova disso na última vez que tentei desabafar
Ao acabar a bebida da minha companhia
Ela saiu porta a fora em busca de mais
E me deixou ali
Mas quem sabe se tu fores paciente
Depois de te apresentar bons argumentos
Na próxima vez que conversarmos
Sentaremos pra falar sobre qualquer coisa
E com apenas um singelo copo d’agua
Sairás satisfeito.
o que eu sinto ou,
deixo de sentir é,
mera confusão de,
algo em mim que não,
tem nome forma,
ou cor o que eu sinto,
ou deixo de sentir é,
só o que o tempo fez,
comigo o que sobrou,
de todas as surras que,
eu já levei é o que eu,
sinto por todo mundo,
eu não nasci assim,
e nunca quis ser assim,
e não quis também que,
tentassem me mudar mas,
todo mundo tenta
deixo de sentir é,
mera confusão de,
algo em mim que não,
tem nome forma,
ou cor o que eu sinto,
ou deixo de sentir é,
só o que o tempo fez,
comigo o que sobrou,
de todas as surras que,
eu já levei é o que eu,
sinto por todo mundo,
eu não nasci assim,
e nunca quis ser assim,
e não quis também que,
tentassem me mudar mas,
todo mundo tenta
sábado, 23 de junho de 2012
Chove
Na serra tá limpo
Chove
Terra cria sulcos
assim como a minha pele
que tem medo de ser só limo
Chove
O sol não se cansa de salientar
As espinhas do planeta
Chove
E a hipocrisia com seus lábios carmim
Seduz mais um bobo
Exaltando seu flanco
Num tubo iconoscópio
Chove
Saliva de um cãoSentir o cheiro do cio
A fêmea agoniza desejo
Chove
Palavras no papel
Trovam coisa qualquer
Talvez pela falta do Carménère
O poeta chove como mar
que traga castelos beira-mar
Já é tarde
Lua nova é de guerra
Em paz
Chove.
Ilustração: Irina Lucero
sexta-feira, 22 de junho de 2012
essa ideia indelicada não
entra na minha
minibiografia
leio que o sertão tem o solo mais belo
mais belo
penso que a torneira da cozinha tem a água mais próxima
e mais líquida
e bela como o solo do sertão
o progresso não é um
termo vão
minha mão no bolso
também não
meus bolsos são trincheiras
por que essa vida indelicada não
entra na minha
minibiografia
entra na minha
minibiografia
leio que o sertão tem o solo mais belo
mais belo
penso que a torneira da cozinha tem a água mais próxima
e mais líquida
e bela como o solo do sertão
o progresso não é um
termo vão
minha mão no bolso
também não
meus bolsos são trincheiras
por que essa vida indelicada não
entra na minha
minibiografia
Ser criança pra brincar,
Ter um sonho para explorar,
O que me inspirava desapareceu,
Agora quem vive sozinha sou eu.
Nada de novo acontecia,
Um novo dia expandia.
Em busca de um dia melhor
Esperava,
Para mais uma vez dizer que o amava.
O desejo morria,
Nos braços de quem queria.
No badalar do relógio
O horário a apressava
A morte chegava.
A vida que não escolhia despertava,
O fim que não esperava.
Os caras de cabelo comprido devem ser do curso de história
E aquelas meninas comentam sobre a última festa
Eu sei ficar invisível,
Mero observador in loco,
Que olha o mundo como se não fizesse parte dele.
Hoje eu preciso das músicas dos velhos tempos
Pra lembrar quem eu sou.
Hoje dormi o dia inteiro
E ainda sinto que estou sonhando.
Hoje eu preciso de um espelho
Pra me enxergar como tu és,
Pra te ver como eu sou.
Pra viajar dentro de ti
E me encontrar em mim.
Na maior parte do tempo
Sou a águia que viaja por céu e terra.
Mas hoje preciso da força do cavalo,
Pra pisar forte e ser leal a mim mesma.
Hoje eu preciso olhar na pupila
E reverenciar o tempo
Como meu amigo e meu senhor.
E aquelas meninas comentam sobre a última festa
Eu sei ficar invisível,
Mero observador in loco,
Que olha o mundo como se não fizesse parte dele.
Hoje eu preciso das músicas dos velhos tempos
Pra lembrar quem eu sou.
Hoje dormi o dia inteiro
E ainda sinto que estou sonhando.
Hoje eu preciso de um espelho
Pra me enxergar como tu és,
Pra te ver como eu sou.
Pra viajar dentro de ti
E me encontrar em mim.
Na maior parte do tempo
Sou a águia que viaja por céu e terra.
Mas hoje preciso da força do cavalo,
Pra pisar forte e ser leal a mim mesma.
Hoje eu preciso olhar na pupila
E reverenciar o tempo
Como meu amigo e meu senhor.
Pensamentos Insanos
Ela tinha
vontade de voar, voar alto, mas com suas próprias asas.
Sorrisos falsos, abraços congelantes a única coisa
que era verdadeira nela era o brilho dos olhos que contavam a verdade em apenas
uma lágrima. Seus sonhos eram perigosos, era só dar um passo e ela se jogava de um penhasco tenebroso e sombrio, às vezes o medo tomava conta dela sem ao menos ter o porquê disso.
O bem maior dela eram coisas que ela nem ao menos tinha em mãos, o sorriso embaraçoso revelava coisas que nem uma palavra explicava.
O sonho era sua realidade.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
semana que vem eu
to ferrado com
conhecimento de causa com
um ponto fixo desequilibrante:
e a sombra da folhagem que
não se move nunca?
e o sol que só explode bem quieto
no canto dele?
E O SOL que encontrou um
canto dele numa esfera?
semana que vem é depois e tudo isso é fácil demais
segura
o meu cérebro que eu mostro
to ferrado com
conhecimento de causa com
um ponto fixo desequilibrante:
e a sombra da folhagem que
não se move nunca?
e o sol que só explode bem quieto
no canto dele?
E O SOL que encontrou um
canto dele numa esfera?
semana que vem é depois e tudo isso é fácil demais
segura
o meu cérebro que eu mostro
A Morta
A morta, sossegada
Olha pra cima como um peixe
Deitada, aliviada e estragada.
O brilho já não é o mesmo.
A água encosta a cabeça na pedra
Encaixa seu corpo entre os corais
gentilmente como um bebê
O que ela sempre quis foi morrer.
Agora feliz repousa
sem sentir desejo algum
um cigarro, uma cerveja, qualquer coisa.
Apenas uma casca oca,
Em vida achavam que era louca.
Louca? loucura era viver!
debaixo do sol vendo tudo se desfazer.
terça-feira, 19 de junho de 2012
Destoando
Mochila e estojo jogados, cuidadosamente desorganizados em cima da cama.
O sol bate na parede e pinta o quarto de amarelo em um segundo.
Deixo a água escorrer antes de servir um copo, só pra curtir o barulho do cano matando a sede.
Lentamente preencho o vazio que o copo sentiu por tanto tempo.
Que copo sortudo.
Quantos estilhaços...
Quanta sede.
O sol bate na parede e pinta o quarto de amarelo em um segundo.
Deixo a água escorrer antes de servir um copo, só pra curtir o barulho do cano matando a sede.
Lentamente preencho o vazio que o copo sentiu por tanto tempo.
Que copo sortudo.
Quantos estilhaços...
Quanta sede.
"Que curvas! Que curvas!
Teu rosto tem pontas afiadas,
que quando não bem manejadas,
desde o furor ao estupor,
esses olhos miúdos,
são capazes de tornar,
o que é morno em calor,
a segurança em devaneio.
Como se fosse uma arte
tens maestria no olhar, o dom,
transcendendo o que é dito,
me dando motivos para suspirar.
Vem! Que até o tempo espera,
pra ver você crescer..."
Rafael Santos
À mente
Vem à mente
o papel em branco,
histórias de gente
do ar eu arranco.
Expremo o suco
do cérebro seco,
já morto, sem muco
encurralado em um beco
Vem à mente
fratricídio e covardia,
gente que mente,
esperando a anistia.
Ouço na cozinha o cuco
nervoso e impotente,
grita à porta o eunuco:
Pode abrir agora, é gente.
o papel em branco,
histórias de gente
do ar eu arranco.
Expremo o suco
do cérebro seco,
já morto, sem muco
encurralado em um beco
Vem à mente
fratricídio e covardia,
gente que mente,
esperando a anistia.
Ouço na cozinha o cuco
nervoso e impotente,
grita à porta o eunuco:
Pode abrir agora, é gente.
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