quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Sou Mário de Sá Carneiro
Eu sou eu,
E sou o outro
Sou intermédio
Sol poente do tédio
Que sai de mim para o outro.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
Koan #01
As mãos vazias de mestre Koan, raios chorosos
orquestrando Bach #01
Lucas Selau
Porque estávamos a salvo, tudo era diferente, vago de
memória, e esperanças, corrupções de nós mesmos findados aos raios e domingos.
Meus ouvidos em socorro, escutado alento que é chuva
silenciosa, prosa da sina de gostar de solidão.
Alojado num pedaço de estrutura rítmica, soada a suaves
dissonares ‘entreruídos’ da rua, a melodia cólica ‘vulcionante’, eloquente, ‘eteceteras’
...
Eu era afinal, o passado suspenso
em mais calma – eu em meu quarto de sono
e luz, forte clarão;
eu era
afinal trastejado em mil cordas – solucionável em acordes jovens, trepidantes e
escalados;
eu era em final, quase a
vida inteira, querendo as maneiras outras que não se encachavam – eram tão
distintas e jogadas aos dias, minha voz falha e literatura;
quem dera
eu vociferando contra o asfalto e suplicando mais trilhas – as direções
seguidas de trincheiras, quanto aos rastros: dispostos em vazios vãos de existências,
minha lucidez e loucura...
Um dia se foram, não havia razão em voga que dissolvesse meus
tesouros estimados, minha lucidez e loucura... mãos dadas e tão longe, minha
lucidez e loucura... quase não as vejo mais, minha lucidez...
“Pelo vão da porta
vagamos silenciosamente. Luz. O céu. Clarão dos raios. Dia e noite, e calafrio,
e vento contra a espinha. Por baixo. De soslaio. A Porta. Com a luz, o vento
frio e arbitrário. Sou um... paredes que eu tanto amo. Dai-me pontos.”
Porque estávamos a salvo, tudo era diferente, vago de
memória, minha lucidez e loucura, meu vagão vazio descarrilhando em baixos
suspiros. Que se foi o ritmo. Que se foi a música em a que se destinavam meus
reis e rainhas, meus castelos em linhas. Adeus, breve e doce, lucidez minha e
loucura...
Assinar:
Postagens (Atom)